quarta-feira, 11 de agosto de 2010

POEMA OU POESIA

Poema ou poesia?


Qual é a diferença entre poema e poesia?

O poema é um texto “marcado por recursos sonoros e rítmicos. Geralmente o poema permite outras leituras, além da linear”, pois sua organização sugere ao leitor a associação de palavras ou expressões “posicionadas estrategicamente no texto”. A poesia está presente no poema, assim como em outras
obras de arte, “que, como o poema, convidam o leitor/espectador/ouvinte a retornar à obra mais de uma vez, desvendando as pistas que ela apresenta para a interpretação de seus sentido.
Norma Goldstein. Versos, sons, ritmos.14a ed. São Paulo: Ática, 2006.


Então, essa é a diferença:
Quando falamos em poema, estamos tratando da obra, do próprio texto. E, quando falamos em
poesia, tratamos da arte, da habilidade de tornar algo poético.Uma pintura, uma música, uma cena de filme, um espetáculo de dança, uma obra de arquitetura também podem ser poéticos.

Apesar da distinção, há pessoas que afirmam ler “poesias”, como se o termo fosse sinônimo de “poemas”.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

OFICINA 4

Oficina Dizer poemas

Amizade

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Objetivos:
Os alunos irão se organizar para ouvir poemas.
Conhecer alguns poetas e poemas consagrados da literatura brasileira. Descobrir a importância de ouvir e de dizer poemas.

Dividi a turma em 5 grupos de 4alunos e distribui a coletânea de poemas onde cada grupo escolheu um e leu para o grande grupo.  Após esta primeira leitura aproveitei para que ouvissem a professora lendo um texto poético também e para que pudessem avaliar suas leituras. E por fim solicitei que ouvissem o CD com a gravação da Toca do Tatu. Chamando a atenção para os efeitos sonoros que os grupos poderiam produzir nas apresentações finais. ( Preferi esta ordem porque achei que era uma auto-avalição progressiva)

Poemas evocam sensações, impressões, sentimentos, ideias, imagens, reflexões. Para judar os alunos a descobrir o que o poema desperta em cada um deles. É importante fazer perguntas como:

O que perceberam
O que perceberam ao ouvir/ler o poema?

O que ele despertou em vocês?
Fechando os olhos, vocês conseguem imaginar o que o poema sugere?
Relendo o poema, vocês compreendem melhor o seu sentido?

Notei a dificuldade de alguns em definir suas emoções e impressões diante dos poemas. Principalmente os mais tímidos e que não possuem o hábito da leitura em casa, e aqueles que os pais não passaram dos primeiros anos escolares. Na releitura, depois de chamar atenção para as questões a cima,  e alguns falarem suas idéias e reflexões, já ficaram um pouco mais atentos. Vou continuar estes questionamentos nas outras oficinas e leituras de sala, então terão a oportunidade de desenvolver estas habilidades.

E também para vencerem a timidez iniciei os "treinos" de leituras com uma porção de "adereços de fantasias" como máscaras e "pinduricalhos" para se sentirem um pouco "cobertos." Jogando o dado gigante era decidido que grupo apresenta primeiro. Como tudo tornou-se uma grande "brincadeira" a descontração motivou os que estavam com dificuldade a superarem suas barreiras.

Ficou decidido que a apresentação final será na sexta-feira. Os grupos também ficaram sabendo que serão avaliados na leitura correta, na entonação e ritmo da voz na leitura, na utilização dos recursos sonoros e por fim farão uma análise do assunto que o autor do texto escolhido tratou em seus versos e comentar um fato parecido em sua vida ou de que tenham conhecimento. Haverá uma autoavaliação e uma com o grande grupo mediado pela professora.

Lindas apresentações



OFICINA 3

PRIMEIRO ENSAIO


Prepare-se!
 Os alunos irão escrever os primeiros poemas deles.
Leia todas as produções e faça anotações para saber
o que cada um precisará melhorar. Procure identificar
as informações que os alunos já têm sobre poemas
e as que precisam apreender.
Apresentar a situação de produção.
Escrever um primeiro poema para avaliar o
conhecimento dos alunos.
 
 
Quem faz um poema abre uma janela!
 
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.

Por isso é que os poemas têm ritmo                            
- Para que possas profundamente respirar.        

Quem faz um poema salva um afogado.
                                           Mário Quintana






                                                      A ARTE DE SER FELIZ


                                                                                          CECÍLIA MEIRELES

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.


Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega:
era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.


E eu olhava para as plantas, para o homem,
para as gotas de água que caíam de seus dedos magros           
e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.

Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

PRODUÇÃO DIAGNÓSTICA

Escolhi estes dois lindos poemas para introduzir os objetivos da 3 Oficina. Dividi a turma em dois grupos, cada grupo ficou com um poema para ler e discutir com o grupo:
Quem escreve?

Para quem?
Com qual finalidade?
Onde o texto será publicado? Jornal, livro, revista, internet, mural da escola?
Qual é a mensagem que o poeta ou poetisa transmitiu com seu poema?

As respostas foram escritas em cartazes que foram apresentados para a turma toda.
Individualmente os alunos também escreveram as suas impressões do texto no caderno e depois no word. ( no word é muito bom para aprofundar os conecimentos de ortografia, pontuação, letras maiúsculas e a estrutura textual) As crianças já sabem ficou vermelho! _ estou escrevendo alguma coisa errado! Outro já fala: - Ahh! M antes de P ou B né?

BRINCANDO DE "JANELA"
Criei uma janela de papelão para a criança imaginar a sua de casa e falar qual é a visão da sua janela. Todos gostaram da brincadeira, cada rostinho que aparecia na janela era saudado e recebido com aplausos. Mas percebi que o que descreviam era apenas o espaço físico sem um "olhar" sobre ele.
Convidei a turma para um passeio no terreno em frente à escola onde ainda tem muitas árvores, pássaros, flores... e retomamos a leitura agora com um aluno (a) indicado pelo grupo. Chamei a atenção para o que a poetisa quiz dizer com:
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
E podemos só ver felicidades da nossa janela?


O QUE VOCÊ VÊ DA SUA JANELA?
Depois das atividades hora da primeira escrita no caderno, leitura em voz alta para o grupo e correção para depois escrever no word.







As dificuldades ficaram entre o título e a formação dos versos. Os títulos quase sempre eram: a minha janela ou a minha linda janela...
E os versos de alguns colocados como narrativas...

OFICINA 2

Oficina 2: O que faz um poema 

 Amigos

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Objetivo
                                                                                  

Conhecer e sistematizar informações sobre as características de um poema: versos, estrofes, rimas, repetição, ritmo.
Identificar questões polêmicas.
Reconhecer bons argumentos.
Escolher ou formular uma questão polêmica.

Analisando os poemas do mural da sala de aula

Para iniciar as questões preparei fichas de leituras com pequenos textos variados como uma notícia de jornal, uma receita de brigadeiro, um texto informativo, uma tirinha em quadrinhos e a poesia: "Tem tudo a ver". E dividi a turma em 5 grupos onde cada grupo leu para a turma e descreveu a forma estrutural de como os textos eram escritos, fui anotando no quadro de giz e os alunos copiando no caderno. Depois confrontamos os textos e suas diferenças estruturais.
 
A turma não teve dificuldades para reconhecer as estruturas de um texto poético pois já tivemos outras atividades sobre o assunto
 
Para re forçar a compreensão da estrutura do texto poético imprimi o texto em letras grande numa cartolina e recortei com a turma e colamos num papel craft discutindo os versos, estrofes e rimas
 
 
Tem tudo a ver
 
A poesia                                                   
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música                                        
do mundo.

A poesia                                                              
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,                                              
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o voo,
e o canto dos pássaros,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
é só abrir os olhos e ver —
tem tudo a ver
com tudo.

Elias José, in: Segredinhos de amor.
2ª- ed. São Paulo, Moderna, 2002.


Poetas da escola


Depois de analisar os diferentes textos das fichas que selecionei para os grupos, iniciei os trabalhos de reconhecimento de um texto poetico com atividades no caderno com copia de alguns poemas e respondendo questões sobre o assunto pintando estrofes com cores diferentes, circulando rimas, etc

Ouvindo as poesias do CD, e projetando com o datashow e questionando com perguntas como:


Do que tratam os poemas?
Por que escolheram esses poemas?
Como sabem que são poemas?
Por que são diferentes de uma notícia de jornal, de uma receita de bolo, de uma lista de supermercado, de um verbete de dicionário? Ou de um conto?
Como eles se organizam no papel?
Eles preenchem todo o espaço das linhas, da margem esquerda à direita?
Há linhas em branco entre os versos?
Há sons que se repetem? E construções?
Há palavras ou expressões que, mesmo distanciadas dentro do texto, podem ser associadas, por terem semelhança sonora ou figurarem em construções iguais?

Relacionei as observações que fizerem com aquela conversa da
1ª- etapa da oficina anterior. Será que perceberam as características
que constituem um poema.

Como eu havia participado da Olimpiada da Língua Portuguesa anterior, já trabalhei antes desta oficina com textos poéticos. E como sou apaixonada por poesias a maioria da turma gosta deste tipo de texto. E realizar a sequência de atividades é muito válido para aprimorar os conteúdos que são muito bem  elaborados, para melhorar a minha prática e auxiliar aqueles que ainda não dominam a estrutura e escrita do poema.

"Procure mostrar-lhes que, para o autor, a poesia é viva, dinâmica, e pode falar de pessoas, de animais, de objetos, de acontecimentos de tudo. Algumas pessoas acham que a função da poesia é cantar amores ou mágoas. Mas, na verdade, a poesia pode falar de qualquer assunto. Como diz Elias José, “a poesia tem
tudo a ver com tudo”. Comprove essa afirmação mostrando aos alunos a diversidade de temas presentes nos poemas afixados no mural."OLP

POESIA TEM TUDO A VER COM:

A escrita dos alunos sobre a poesia tem tudo a ver, estará no próximo post


PARALELISMO SINTÁTICO:

A sintaxe de uma língua remete ao modo como as palavras se
combinam para formar expressões ou frases. Nos poemas, costuma
ser empregado o PARALELISMO SINTÁTICO: uma mesma construção
se repete ao longo do texto. Por exemplo, observe abaixo, na estrofe
do poema “Convite”, que um tipo de construção se repete nos versos
assinalados com a escrita itálico e outro tipo é retomado nos versos marcados
com grifo em negrito:
 
Como a água do rio


que é água sempre nova.

Como cada dia

que é sempre um novo dia.


Note mais um exemplo de paralelismo em “Tudo a ver”:

A poesia

tem tudo a ver [...]

com as cores, as formas, os cheiros , [...]

com a plumagem, o voo,
 
Para trabalhar o paralelismo sintático optei por mostrar às crianças no próprio blog, onde lemos e discutimos todos juntos o que foi entendido e as crianças escreveram com suas próprias palavras o que compreenderam do assunto. Primeiro acharam a palavra muito dificil de pronunciar e lembrar. Depois pronunciando mais vezes e escrevendo no word começaram a  familiarizar-se com o termo. O conceito foi um pouco mais dificil por isso trouxe mais alguns exemplos que pesquisamos na internet, pois eu mesma não lembrava mais.

E para aprofundar ainda mais fomos ler alguns poemas da coletânea.

A vida tem mais emoção!
Dizem que se comer cebolinha fica magrinho
Dizem que se comer feijão fica igual a um balão
Franciele Linzmeyer

Com felicidade
Com animação
a vida fica igual a um pião
Samara Taciana Schloege

O tatu é danadinho
O tatu é preguiçoso
e fica dormindo no ninho
feito espinho

O tatu cava o buraco
quando sai está no Salto!
igual asfalto
Regiane Godóis

Como posso nadar
Se não  entrar no rio.
                                                                   E mergulhar no frio
 
Como posso me abaixar
Se não sei se vou me levantar.

Vanessa Bahr


Comer banana
É costume de Copacabana

Comer aipim
É costume pra você e pra mim!
André Biaobock

Minha casa pequenina
Mesmo assim é muito bela

Lá mora uma menina
Que admiro da janela

Minha casa pequenina
fica perto do jardim
A menina rega flores
E vai dar uma pra mim
Jaine Bahr


Gaiola aberta
aberta a janela.
O pássaro desperta
a vida é bela
Coletânea - Marília Ferraz